Escola da Bicicleta no Parque Marinha

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Carroças em Porto Alegre… da negação à inovação

Segundo a matéria  Cadastramento dos carroceiros,  no Correio do Povo, começou na segunda-feira passada, dia 20 de agosto, em Porto Alegre, “a segunda etapa do cadastramento de condutores de veículos de tração animal e de veículos de tração humana (…) De acordo com a agente de governança Vânia Gonçalves de Souza, o cadastramento é parte fundamental no processo de extinção desse tipo de serviço, que envolve carroças e carrinhos. Assim, a ideia é que esses trabalhadores migrem para outras atividades, por meio de cursos de capacitação profissional. (…) Em Porto Alegre, no ano de 2010, foi criado um programa que prevê, até 2016, a proibição de circulação de carroças e carrinhos, com base em uma legislação municipal.”

Embora, na minha opinião, a eliminação do tráfego de carroças nas ruas seja desejável, por vários e conhecidos motivos, devíamos não apenas negar e proibir essa prática, mas transformá-la em outra coisa, agregar valor ao que em princípio não tem mais valor. Um exemplo dessa atitude é a solução para o emprego de animais nos circos. Todos lamentam o tratamento que esses animais sofrem, passando horas em jaulas. Qual a reação imediata? Acabar com o circo? Ou tranforma-lo? Foi o que o  Cirque Du Soleil fez, pois não usa mais animais e criou algo muito melhor que o circo tradicional, inovou em lugar de simplesmente negar e proibir, criou um caminho, para transitarmos de uma situação a outra.

É obvio que não pode haver mais carroças nas ruas, muito menos com animais maltratados e exaustos… Mas é verdade que esses carroceiros viveram a vida inteira assim. Desde crianças conduzem carroças pelas ruas, provavelmente com um orgulho íntimo de ter o controle sobre esses animais, eles, que tem tão pouco poder sobre qualquer coisa, tem essa habilidade, que é transmitida de geração para geração. Para nós a velha carroça pode ser apenas um sinal da nossa precariedade como sociedade, para eles é seu bem mais precioso, parte da sua identidade.

Qual a solução, então? Simplesmente proibir e transferir os carroceiros para outras ocupações, principalmente as relacionadas com a coleta e reciclagem do lixo, mas usando veículos de tração humana? Ótimo, é uma solução também, mas será que pelo menos em alguns casos não se poderia ir além e criar algo diferente? Sair de uma simples negação e proibição de algo efetivamente errado e condenável  para a sua transformação em algo positivo, inovador? Em várias cidades existe um serviço turístico de charretes, ou carruagens, se preferirem… e se tornaram um atrativo turístico, todos querem tirar fotografias nelas. A mais famosa está em Nova York, no Central Park, onde os cavalos são muito bem cuidados, mas existem em várias outras cidades do mundo e inclusive no Brasil, como se pode observar nas fotos abaixo.

Passeio de Carruagem no Central Park – NY

Passeio de Carruagem no Central Park – NY

Paris -França

Brugges – Bélgica

Sevilha – Espanha

Évora – Portugal

Cartagena – Colômbia

Parati – Rio de Janeiro

Essas cidades apresentam um serviço de carruagens ou charretes perfeitamente integrado, inclusive em alguns casos em via pública, convivendo com o tráfego e cuidando adequadamente dos animais. Porto Alegre não teria condições de fazer algo similar, mesmo que fosse mais limitado, tranformando ou recriando as antigas carroças de transporte do lixo em charretes ou carruagens de passeio, elaborando para isso uma normativa municipal adequada, sem exigir um esforço demasiado dos animais e lhes dando água e alimentação adequada?

No Rio Grande do Sul  temos uma cultura do cavalo, mas que em Porto Alegre quase não se vê mais, com exceção dos carroceiros ou do Batalhão de Polícia Montada da Brigada Militar, no dia a dia, ou de forma excepcional nas festividades da Semana Farropilha. Por que não convidar alguns desses carroceiros, alguns que mostrem que são educados e comunicativos, e dar a eles capacitação através de pequenos cursos  e colocá-los como “operadores” dessas charretes de passeio? Afinal, eles já tem esse convívio com o animal que é o pré-requisito  básico para a profissão. Claro que se não houver nenhum carroceiro capaz, o que pode muito bem acontecer, se poderia encontrar outras pessoas para esse serviço, que goste de cavalos e tenha familiaridade com eles, especialmente. De qualquer modo, a cidade eliminaria as carroças do trânsito, mas  ganharia um diferencial para o público turista, e, porque não, para nós mesmos, que  faríamos esses passeios com nossos filhos.

Claro que não é algo tão simples de implementar. Em quais locais teríamos esse serviço? Dificilmente pelas ruas da cidade, embora em outras cidades se admita o uso em determindas ruas. Teria que ser em áreas amplas para valer a pena o circuito e sem trânsito de veículos. Uma primeira sugestão seria o Parque da Redenção, ou também no Parque Marinha… ou ao longo da orla, que será em breve revitalizada… Já imaginaram um passeio de carruagem ao longo do Guaíba no entardecer? O novo projeto de revitalização da orla poderia pensar nisso desde agora. Evidentemente teria que ser um serviço bem organizado, ter fiscalização dos cavalos, por meio de veterinários,  não poderia haver sobrecarga para o animal, ou seja estabelecer um limite de ocupantes em função de haver 1, 2, ou mais animais.

Com certeza, se poderá  levantar mil probleminhas, de todo tipo. Não digo que seja simples… mas a Prefeitura não poderia pelo menos pensar na viabilidade desse serviço, enquanto avança na proibição das carroças? Caso fosse possível,  fazer uma licitação, como no caso do aluguel das bicicletas. Seria um serviço cobrado também, quem sabe aceitando propaganda, para diminuir o preço do passeio, mas propaganda muito restrita, e se poderia usar uma charretes bonitas, chamativas, mesmo que fosse para operar apenas no fim de semana. Afinal, todas as grandes e pequenas cidades no mundo que oferecem esse serviço conseguiram viabilizar, apesar dos obstáculos. Não se trata de algo impossível, nunca tentado antes.

Em outras cidades se usam carruagens, que tem uma conotação muito aristocrática, como se pode observar em algumas fotos acima. Na minha opinião, em Porto Alegre deveriam ser charretes ou carruagens com características mais locais, mais nossas, trazendo de volta ao ambiente urbano uma experiência da nossa própria tradição rural tão rica, e que pouco a pouco vai desaparecendo, como o carro de bois.

De preferência, buscar pelo menos inspiração em carrugens ou charretes usadas no estado, no passado, como parte de nossa memória, tão rapidamente esquecida, como esta do séc. XVIII, restaurada, de propriedade de um colégio da capital, evidentemente com todas as  adaptações necessárias ao bom uso, conforto e segurança dos passageiros:

Carruagem do séc XVIII em Porto Alegre

Fonte: Restaurada, carruagem do século 18 é exposta em colégio (ZH Bela Vista)

Ou um modelo mais básico de charrete, como esta, a venda em São Paulo:

Charrete envernizada particular – São Paulo

Não creio que seja necessário criar esse serviço como um serviço exclusivamente turístico, sujeito às normas turísticas nacionais, e sim como um serviço em geral prestado a moradores e visitantes, como os cisnes no Parque da Redenção, com as devidas diferenças, mas sem dúvida deveria estar integrado ao sistema turístico da cidade, como o ônibus turístico. As charretes poderiam ser também um ponto de informação turística para os vistantes à cidade.

Em Parati existe inclusive a Cooperativa dos Condutores de Carruagens do Centro Histórico Paraty, desenvolvida a partir da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (UFRJ), como um serviço turístico, mas Parati é uma cidade eminentemente turística, no caso de Porto Alegre, seria mais um serviço de passeio, não  turístico, mas sim com uma dimensão turística. Em cada cidade, o serviço deve ter o conceito mais adequado para cada situação.

Proibir carroças no trânsito de Porto Alegre? Perfeito…mas por que parar apenas na proibição e deixar de criar algo novo para a cidade, que faça parte de nossa identidade?

* Esse post foi criado a partir de comentários que fiz no blog Porto Imagem a respeito da reportagem do Correio do Povo, citada inicialmente.

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Sete Razões para o Santa Tereza

No dia 23 de julho criei o Grupo Centro de Eventos Gaúcho no Morro Santa Tereza, para apoiar uma  das opções oferecidas pelo Governo do Estado ao Arquiteto Oscar Niemeyer para o futuro Centro de Feiras e Eventos do Rio Grande do Sul.

Se considera que esse seja o melhor lugar, entre no grupo no Facebook:

http://www.facebook.com/groups/477609732249799/

Escrevemos um documento onde resumimos quais vantagens teríamos com essa escolha, embora a decisão final seja evidentemente do escritório de arquitetura.

Sete Razões para o Santa Tereza

Leia e divulgue!

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DIA DA TERRA – LIMPEZA DA ORLA DO GUAÍBA (em frente à Fundação Iberê Camargo)

Participei na organização desse evento e apresento aqui um resumo da ação e das suas consequências. Espero que tenha ajudado uma maior concientização da importância da Orla do Guaíba, do Cais Mauá até Itapuã.

O QUE FOI?

No dia 22 de abril de 2012 um grupo de 60 a 70 pessoas coletou de forma voluntária cerca de 1 ton de lixo da orla em frente a Fundação Iberê Camargo.

QUEM APOIOU?

Fundação Iberê Camargo | Press Café
RDV Comunicação | Adesive.net



Fundação Iberê Camargo divulgou o evento no seu site e liberou o estacionamento. Press Café abriu antes do horário para servir um expresso aos participantes como cortesia.


Divulgação no blog da Fundação Iberê Camargo

QUEM REALIZOU?

Um grupo de pessoas organizadas de forma voluntária em uma rede social. A iniciativa foi da cidadania, nenhuma esfera pública ou entidade particular organizou o evento.

Foto do grupo que iniciou a limpeza por volta das 10:30, outros participantes foram se incorporando ao longo da manhã.

Faixa oferecida por Adesive.net

PORQUE FIZEMOS

Limpar por limpar não tem sentido. O próprio DMLU poderia ter feito a limpeza e é na verdade obrigação desse órgão municipal. Mas se cidadãos deixam as suas atividades de lazer num domingo de manhã para limpar um trecho da orla do Guaíba, esse ato envia uma mensagem à sociedade.

Nossa mensagem é esta:

1. a orla é importante para nós.
2. não devemos jogar o lixo na rua, ele irá mais cedo ou mais tarde para a orla.
3. medidas preventivas devem ser tomadas pelo governo, como o emprego de ecobarreiras no Arroio Dilúvio e de uma maior integração com as cidades vizinhas.
4. além de limpar e preservar limpo é necessário ocupar o lugar, incorporá-lo ao nosso lazer e à nossa cultura.

Enviar o DMLU para limpar, sua obrigação, é cada vez gastar mais dinheiro público com um problema que nós mesmos poderíamos minimizar, se tivéssemos um melhor comportamento cidadão e se melhores políticas governamentais fossem desenvolvidas. Todos temos responsabilidades neste tema, não se trata dimplesmente de “resolver” a questão enviando o DMLU limpar. Limpar é assumir que a cidadania é parte da solução do problema.

MATERIAL GRÁFICO DE DIVULGAÇÃO

A Agência RDV Comunicação criou banner, sinalização e avatar do evento para o grupo no Facebook.

ONDE FOI?

Um trecho de 600 m em frente a sede da Fundação Iberê Camargo.

O QUE HAVIA LÁ?

Ao longo do tempo se acumulou uma grande quantidade de lixo vindo de Porto Alegre e das cidades vizinhas.

Objetos de todos os tipos se depositaram lá, sapatos,
brinquedos, recipientes de isopor, garrafas, roupas etc…

O QUE FIZEMOS

Coletamos o lixo seco (plástico, vidro, isopor, metal, etc.)
em sacos plásticos. Deixamos pedras, troncos e galhos, pois são parte da natureza.


Os participantes se dividiram em pequenos grupos ao
longo da orla em frente à Fundação Iberê Camargo.

Foi muito importante a atitude e o ânimo dos participantes, pessoas de todas as idades, crianças, jovens, adultos …

O barco Cisne Branco esteve presente, especialmente para apoiar o evento, buzinando ao longe para os  participantes, representando a
Associação do Turismo Náutico do Rio Grande do Sul (ATUN-RS).

O RESULTADO

Quase uma tonelada de lixo seco, que foi recolhida por um
caminhão do Departamento Municipal de Limpeza Pública
(DMLU), que colaborou com o evento.

O VIDEO

Graças ao Porto Alegre mais verde e limpa o evento foi registrado em video.

Ver o video da limpeza da orla do Iberê

A REPERCUSSÃO

A repercussão na mídia é extremamente importante para o ato, já que nosso objetivo não é meramente a limpeza em si, mas além disso enviar nossa mensagem aos cidadãos e ao governo. Os governos locais são estimulados por uma cidadania ativa.

Zero-Hora publicou uma grande foto na contracapa da
edição de 23/04/2012 e uma reportagem interna com
duas fotos.


Importante a explicação sobre preservação ambiental para crianças que a matéria incluiu no quadro Para o seu filho ler.

Os clubes náuticos Veleiros do Sul e Jangadeiros avisaram
os seus sócios através de suas páginas no Facebook.

Correio do Povo publicou matéria citando o apoio da
Fundação Iberê Camargo.


Versão online do Correio do Povo (23/04/2012)
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=206&Caderno=0&Noticia=415291

Metro noticiou a limpeza, se referindo ao apoio da Fundação Iberê.


http://www.readmetro.com/en/brazil/portoalegre/20120423/

Diário Gaúcho publicou matéria sobre o evento (23/04/2012).


O Sul publicou uma nota sobre o evento.


Revista Meu Bairro fez duas matérias, entrevistando os organizadores, dias 10 e 20 de abril.

http://meubairropoa.com/cristal/moradores-se-unem-para-limpar-guaiba/



http://meubairropoa.com/cristal/limpeza-da-orla-do-guaiba-ganha-apoiador-de-peso/

Silvia Marcuzzo, que participou da Limpeza na Orla, fez um relato no blog do Mercado Ético.

Rádio Band FM fez uma reportagem de 2:19 min sobre o evento, entrevistando organizadores e participantes.

http://www.bandrs.com.br/jornalismo/?id=23645&PHPSESSID=

Rádio Ipanema comunicou os ouvintes sobre o evento e
publicou mais de 30 fotos em seu site.


http://ipanema.uol.com.br/fotos-interna.php?F=56

TV Bandeirantes no programa Boa Tarde RS
mostrou os participantes coletando o lixo na orla.


http://www.bandrs.com.br/bandcast/index.php?main=vervideo&tab=bandcast&id=8761

A RESPOSTA DO PÚBLICO

200 pessoas curtiram a página de Zero-Hora no Facebook
sobre a notícia do evento.

https://www.facebook.com/zerohora/posts/347229388666970

Mais de 860 pessoas recomendaram a matéria sobre a
Limpeza da Orla no site de Zero-Hora.


http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/noticia/2012/04/populacao-se-reune-para-limpar-margem-do-guaiba-3734943.html

Coluna “ZH Ontem” (pág. 2) no dia seguinte colocou a matéria sobre a Limpeza da Orla como a segunda mais comentada pelos seus assinantes

Paulo Santana: 21,1%
Faxina no Guaíba: 15,8%
Grenal: 10,5%

UMA NOVA PRAIA

Batizamos de forma carinhosa esse trecho da orla que
limpamos como Prainha do Iberê. Um lugar limpo e
recuperado para a população de Porto Alegre.

Fotos do local após a limpeza.


Prainha do Iberê, com o Centro Histórico
de Porto Alegre ao fundo.

O local é bem arborizado, estando ao lado da Fundação Iberê Camargo, possibilitando
que as pessoas visitem os dois lugares,
unindo arte e meio-ambiente.

Além disso, o Press Café da Fundação Iberê
oferece aos frequentadores todos os serviços
de uma boa cafeteria.

As pequenas praias oferecem uma bela vista
do Lago Guaíba.

UM NOVO EVENTO
Retomada da Prainha do Iberê.

Na próxima terça, dia 1º de maio, vamos fazer no mesmo local da limpeza um evento cultural e ecológico, com chimarrão, palestras sobre meio-ambiente, história, ciclismo, ativismo digital, além de música acústica, para reocuparmos esse trecho da orla do Guaíba.

Começa às 16 hs, até o anoitecer.

Estão todos convidados!

CRÉDITOS

Organização do Evento

Tiago Aquines, Pedro Loss, Espiral Positiva e Jorge Piqué

Texto: Jorge Piqué

Agradecemos a

Elvira Fortuna
Coordenadora de Comunicação da Fundação Iberê Camargo

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Dia da Terra – Limpeza da Orla do Guaíba (em frente à Fundação Iberê Camargo)

Dia da Terra – Limpeza da Orla do Guaíba
(em frente à Fundação Iberê Camargo)

Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil

http://www.facebook.com/events/277170855698888

Participei organizando esse belo evento de limpeza da Orla em frente a Fundação Iberê Camargo. Abaixo damos os detalhes do evento e explicamos nossos obejtivos.

Divulgação

No próximo domingo, dia 22 de abril, Dia da Terra, a partir das 10hs, um grupo de pessoas, organizadas através de uma rede social, irá fazer a limpeza da Orla do Guaíba. O local escolhido foi o trecho em frente à Fundação Iberê Camargo, que apoia o evento.

Se trata de um movimento apartidário, que não só deseja uma orla mais qualificada nos próximos anos, mais utilizável pela população e livre do lixo, mas que quer colaborar de uma maneira prática para isso. Ao final o lixo coletado pelos participantes será recolhido pelo DMLU.

Todos estão convidados a participar, convidem seus amigos para essa confraternização.

Não esqueçam de trazer sacos plásticos, normais ou de 50 litros, chapéu, luvas, tênis e usar protetor solar. O Press Café e o estacionamento da Fundação Iberê abrirão mais cedo, a

partir das 10hs., para atender os participantes.

Apoio
Fundação Iberê Camargo | Press Café | DMLU | Safe Park | RDV Comunicação | Adesive.net

Informação adicional

Conceito e Objetivos

O evento do Dia da Terra tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra.

O local em frente à Fundação Iberê Camargo é um ponto muito bonito de Porto Alegre, com uma vista excelente, ponto de encontro de muita gente, porém faz algum tempo que reparamos que houve um acúmulo de lixo por lá.

O objetivo é realizar um evento sustentável de forma colaborativa para causar o máximo de impacto positivo em nossa cida234234de, somando forças de pessoas, ONGs, empresas e governo local, que visam um mesmo objetivo: o despertar para a conscientização ambiental.

O DMLU faz uma limpeza periódica no local e com nosso mutirão a manuntenção será mais fácil e rápida. Queremos também que as pessoas dêem destinação correta para seus resíduos, para evitar que cheguem ao Guaíba, e que sejam discutidas soluções que previnam que o lixo se acumule novamente no local, como a utilização de ecobarreiras e uma maior articulação entre as cidades ao longo do Guaíba e do Delta do Jacuí na questão do lixo.

Você quer participar desta construção? Junte-se a nós, entre em contato, convide seus amigos, compartilhe o evento!

Foto de 19/04/2012

email: limpezaibere@gmail.com
facebook: http://www.facebook.com/events/277170855698888

Organizações e empresas que ajudam na divulgação do evento

Rádio Ipanema FM
Jornal Metro POA
Associação do Turismo Náutico ATUN-RS
Clube Náutico Veleiros do Sul
Clube dos Jangadeiros
PROA Praça Náutica
Portoalegre.cc
Movimento Porto Alegre mais limpa e verde
Movimento Eu quero o Arroio Dilúvio Despoluído e Limpo
Movimento Quero Cais
Revista Meu Bairro
Ponto Eletrônico

(se divulgar, nos avise para colocarmos sua empresa ou organização nesta lista)

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A questão da vegetação no Projeto de Revitalização da Orla do Guaíba

Recentemente um blog levantou críticas ao projeto de revitalização da Orla do Guaíba apresentado pelo arquiteto Jaime Lerner. O blog inicia criticando o termo “revitalização” por não ser o mais apropriado. Realmente talvez não seja, como “átomo”, indivisível, também não é o mais apropriado para para descrever um conjunto de prótons, neutros, elétrons, que também agora se dividem em dezenas de partículas, mas as pessoas entendem. O blog sugere o termo “requalificação” da Orla e acho um bom termo e vou utilizar. Seria bom que a Prefeitura também usasse, para não dar a impressão que não havia vida ali antes, o que não é verdade, como qualquer um pode ver nos fins de semana (este não é o caso da revitalização do Cais Mauá, que estava limitado a umas poucas atividades, que eu não chamaria exatamente de “vida”).

Outro tema do blog é a crítica á contratação do escritório de Lerner por não ter se realizado uma licitação. Não vou comentar isso porque, embora tenha tentado ler a lei de licitações, não me sinto nem minimamente competente para ter uma opinião. Se alguém ou alguma entidade acha que existem irregularidades, deve entrar na Justiça e eles saberão ler e interpretar a lei.

Também não é minha área a outra questão que o blog critica, a cobertura vegetal que ficará ao longo da orla na faixa da Fase 1 do projeto, mas vou dar o meu palpite. como qualquer cidadão poderia dar, me baseando no que pesquisei.

O blog alega que os renders apresentados não representam a mata ciliar que está ali e conclui que isso só poderia ser porque existe o risco de que não seja mantida. Abaixo, coloco trechos da minha resposta, editada para não apresentar muito a forma de diálogo e  pequenas alteraçoes de forma:

Quanto ao uso de plantas nativas não sei porque se afirma:

“O ingá edúlius não se faz presente na proposta do Lerner. Salienta-se que o corte destas espécies sem estudos e sem licença ambiental é considerado crime ambiental inclusive no novo Código Florestal em vias de aprovação (…) Os Sarandis também gozam de proteção legal da lei florestal brasileira e, não estão contemplados na proposta do Lerner..”

Baseado em que se faz essa afirmação?  (…) Todos os estudos da Prefeitura sobre a Orla sempre defendem a vegetação nativa, a própria Prefeitura no ano passado plantou mais espécies nativas nesse mesmo local (ver abaixo detalhes), e foram esses estudos que o Lerner usou como base do seu projeto (ele mesmo disse isso), porque de repente seria diferente? Porque não se valorizaria a flora que temos? Só porque no computador não temos as imagens preparadas para as nossas árvores nativas? E se usa uma árvore qualquer só para dar uma ideia do que se está procurando? É o mesmo que dizer que aquelas palmeiras são exóticas porque não tem a forma das nossas palmeiras nativas… Temos que pedir uma explicitação da cobertura vegetal que será usada ..isso sim e se tiver defeitos…então fazer a critica, não se basear em renders feitos por programas de computador que estandartizam as imagens….

Quanto a usar grama, a mesma coisa, nao consigo identificar se é grama mesmo como usam em todos os parques de Poa (deveríamos trocar entao?) ou se é outro vegetal, pessoalmente sou a favor de experimentar outros vegetais, mas não sou completamente contra a grama, que afinal faz parte do nosso ambiente aqui em poa….

Em resposta, o blog critica que foi uma falha da Prefeitura apresentar um projeto incompleto, meu comentário foi o seguinte:

Um projeto arquitetônico, ou urbanístico, detalhado exige muito trabalho e custa muito dinheiro. Sempre que por algum motivo não está certo que esse esforço todo seja pago, ou porque o contrato ainda não foi assinado, ou porque existe alguma pendência, ninguém fará esse trabalho e perderá esse tempo sem saber se será ao final pago. Então o normal é primeiro fazer uma apresentação geral, a partir dos primeiros estudos, são ideias gerais, que se visualizam em renders.

Todas essas imagens são criadas em computador com programas que facilitam a sua feitura, vc tem certos objetos e distribiu eles naquele espaço. Claro que vc não pode colocar qualquer edificio no lugar da Usina e tem que apresentar a Usina no renders, mas se não for essencial para entender o projeto se coloca uma simplificação.

Por exemplo, aparecem nos renders enormes volumes cinza em frente a orla que representam prédios que estão ou estarão ali, mas são apresentados como grandes blocos cinza sem janelas, nem portas, etc:


Mas ninguém dirá que o projeto prevê a colocação de imensos cubos de concreto em frente a orla, eles apenas representam, de forma muito simplificada, construções que poderão existir ali. O mesmo se aplica aos detalhes da vegetação, não há porque dar um grau tão grande de detalhes nessa primeira apresentação, que é um esboço,

Obs: conforme é dito pela prefeitura em uma página de seu site:

Lerner irá explicar a ideia e mostrar o esboço do projeto, que transformará o trecho da Orla, próximo à Usina do Gasômetro, em espaço de lazer e convivência.  Fonte

Exatamente como se disse no blog, as espécies vegetais estão protegidas, mais um motivo para não se preocupar em fazer uma representação exata da cobertura vegetal. Eu acho que nem eles mesmos sabem exatamente ainda como será essa cobertura, porque uma coisa é o planejamento inicial e outra é a prática. Eu acho muito importante a questão da vegetação no local e espero que ao longo do processo isso seja melhor detalhado, mas tanto pelas ações passadas, como pela legislação, não vejo motivos (por enquanto) para criticar o projeto apenas pelas primeiras imagens simplificadas que foram apresentadas.
No caso da Cais Mauá, um exemplo recente, onde também participa o arquiteto Lerner, existe uma lei complementar de 2010 específica para o Cais que entre outras coisas diz: “IX – paisagismo com espécies nativas;” Fonte

Em junho de 2010 a própria prefeitura já anunciava o plantio de 30 jerivás no mesmo local:

“Na orla do Gasômetro, o projeto [se trata de um projeto de reforma simples da prefeitura de 2011 anterior ao projeto do Lerner] incluiu a reforma total dos três banheiros, reforma das três quadras poliesportivas da orla, instalação de 35 novos postes de iluminação (das quadras até a Usina do Gasômetro), e plantio de 30 jerivás (das quadras até o Anfiteatro Pôr-do-Sol), grama e flores no entorno das canchas e áreas para prática de exercícios.”

É importante o emprego de espécies nativas na Orla, e sem dúvida a prefeitura também concorda com essa opinião, pelas leis e ações que ela vem lançando… Portanto, mesmo que ainda não tenhamos uma explicitação de que vegetais serão utilizados no projeto do Lerner…acho que o mais provável é que ele também concorde com a preservação de espécies nativas… É muito improvável que de repente, ele venha em contra de tudo isso, e ainda por cima que foi em 1991 durante a  sua gestão como prefeito de Curitiba, que foi criada a Universidade Livre do Meio Ambiente, iniclamente como uma unidade da prefeitura (hoje já não é mais).

Também quero ver um maior detalhamento sobre a vegetação, mas entendo que isso virá mais tarde.

Após esse debate fui em 25/02/2012 ao Forum Mundial da Bicicleta, que se realiza na Usina do Gasômetro e aproveitei para dar examinar melhor a área que corresponde à Fase 1 da Revitalização da Orla e que eu havia discutido nos comentários anteriores.

Na prainha do Gasômetro, a parte ao lado da Usina e que vai até a escadaria, obra de arte pública da Bienal de 2006, não vejo problemas, pois dá uma ampla visão a quem passeia por lá, tanto por cima, no asfalto ao lado da Av. Edvaldo Pereira Paiva, como em baixo, já que tem uma vegetação baixa ali. Na verdade é o único ponto de contato direto com o Guaíba, que temos, e basta melhorar essa área, o que os renders mostram.

O problema está da escadaria em diante … O problema é que com o tempo e a total despreocupação dos governos anteriores, plantas de mata ciliar cresceram e acabaram fechando (quase) completamente a vista para o Guaíba.

Quem passa hoje lá vê as pessoas andando, passeando, correndo, sim… mas no asfalto ao lado da Av. Edvaldo Pereira Paiva. É muito dificil encontrar alguém perambulando na parte de baixo. A razão é que não se tem em baixo nenhuma vista do Guaíba. Vc se encontra numa espécie de corredor polonês, de um lado a avenida, no alto, formando o dique, e do outro, essa linha de vegetação bloqueando não só a visão, mas também o acesso ao rio ou lago. . É uma espécie de Muro da Mauá verde separando a população do Guaíba … em qualquer outro lugar seria interessante, mas justamente ali, mais prejudica que qualifica o local.

A foto postada intitulada “Por do sol sob os ingazeiros “, muito bonita, sem dúvida, mostra um dos poucos pontos que alguém pode fazer isso, sentar em frente ao Guaíba e apreciar a paisagem…. ao lado já não é mais possível…como conseqüência, apenas um ou outro frequentador vai até lá, a grande maioria anda mesmo no asfalto preto e feio que está em cima… pelo menos ali se pode ver o Guaíba.

Realmente, como o blog comenta, vale para o Sarandi e para o ingá edúlius que “o corte destas espécies sem estudos e sem licença ambiental é considerado crime ambiental inclusive no novo Código Florestal em vias de aprovação”.´Obviamente ninguém vai fazer nada ali, muito menos a própria Prefeitura, que deve ser a primeira a zelar pelas normas e leis, sem um estudo prévio e a obtenção de licença ambiental…. Não pode haver corte indiscriminado.

Mas acho necessário fazer um estudo para ver em que medida se poderia diminuir a vegetação no local, de forma discriminada, para aumentar a visão e o contato com o Guaíba e atrair mais os frequentadores para esta parte de baixo, deixando o asfalto. Claro que isso não se aplica às plantas aquáticas, que inclusive ficarão muito bem …na prática, agora, nem se tem muito acesso a elas.

O estudo ambiental deveria verificar:

a) que plantas e árvores poderiam ser efetivamente retiradas do local. Isso nao significa destruir as plantas, mas transplantar para outro lugar, ou na própria área , adensando em alguns pontos a vegetação, como o próprio projeto do Lerner apresenta, sendo áreas de sombra e descanso, ou para outras áreas, onde sejam melhor utilizadas.

b) que árvores podem ser podadas de forma a aumentar a vista do rio, por exemplo podando a parte de baixo, deixando as copas, o que daria a visibilidade e o acesso ao Guaíba (claro, isso sem prejuizos para as plantas, cada caso é um caso)

Se observamos atentamente as imagens dos renders a única parte que tem menos árvores é a prainha do Gasômetro, onde se tem uma visão mais limpa do Guaíba e ali está prevista uma linha de palmeiras, imagino que serão os nossos belos e tradicionais jerivás, que como foi dito, desde o ano passado a Prefeitura já está plantando em outros pontos da Orla.

Mais adiante o projeto não propõe limpar totalmente as árvores que hoje separam os frequentadores do Guaíba, mas sim espaçar mais, descontinuando esse muro verde, e em determinado pontos o projeto apresenta áreas densas de vegetação (claro que com arvorezinhas de computador).

Para se aumentar o contato com o Guaíba o projeto propõe:

1. Um deck flutuante em frente a prainha do Gasômetro, onde hoje não existe vegetação nenhuma, mas se acrescenta uma linha de palmeiras nativas;

2. Uma superfície flutuante mais a frente, mas em frente a um conjunto de árvores, ou seja, se fez isso justamente para dar visibilidade e contato, sem necessitar tirar as árvores;

3. uma trilha estreita diante das árvores, seguindo a linha da orla, para também não ter que retirar o todo da vegetação nativa.

Portanto, acho que o projeto, por um lado, tem a intenção de preservar pelo menos uma boa parte da vegetação que cresceu ali e que é bonita, mas eventualmente abrir algum espaço entre essa vegetação e criar novos espaços em frente, como trilhas e decks flutuantes, para que os frequentadores possam ter esse contato com o Guaíba não só na área ao lado da Usina, mas extendendo por toda a área da Fase 1 do projeto.

Por último observar que o próprio Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre, recente, de 2006, deixa claro que é impossivel usar especies vegetais que não sejam nativas naquela área,:

III – na Orla do Guaíba, morros e cursos d’água, os projetos de arborização deverão utilizar somente espécies típicas destas regiões, e que possibilitem a sua preservação;
IV – estabelecer programas de atração da fauna na arborização de logradouros que constituem corredores de ligação com áreas verdes adjacentes, em especial os morros e a Orla do Guaíba;

Mas realmente, quanto mais informação sobre o tratamento da vegetação na área, melhor, inclusive, para se evitar mal-entendidos. Falta ainda uma informação oficial e mais detalhada sobre esse aspecto, importante, do projeto, mas que imagino que virá a partir do momento que o projeto avançar na obtenção das licenças na Prefeitura, o  Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) ou o Relatório de Impacto Ambiental (RIA). Sem esse detalhamento, o projeto não será inclusive aprovado, como toda obra que envolve o meio-ambiente da cidade.

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Revitalização do Cais Mauá: apresentação do projeto na Federasul

Fui hoje, dia 13/07/2011, no almoço organizado pela Federasul para tratar do tema da Revitalização do Cais Mauá. Fiquei muito contente de ver com que ânimo e disposição o prefeito Fortunati falou do Cais. Unindo todas as forças, com certeza chegaremos lá.  Ao final cumprimentei o prefeito em nome do Movimento  Quero Cais e reafirmei que estamos 100% a favor desse projeto. Acho que o movimento tem um papel muito importante na internet, cada um repassando as informações que reunimos e incentivando as pessoas que ainda podem estar descrentes, pelo que já (não) aconteceu no passado….

Prefeito Fortunati

Jaime Lerner fez uma apresentação geral sobre o projeto arquitetônico. Foram palavras de total confiança que o projeto sai. Defendeu especialmente a solução que ele deu para o muro da Mauá (na verdade é um “dique”). Na minha opinião a solução do muro é muito boa, já que ele está ali para evitar uma nova enchente e não pode ser retirado. Foi criada uma enchente artificial, as águas passando por cima do muro, mas nesse caso ficará muito bonito para quem passar, aproximará a cidade das águas do Guaíba, tento visualmente, como sonoramente.

Arquiteto Jaime Lerner

Muro da Mauá a noite

Um dos arquitetos do escritório de arquitetura b720 (Barcelona), Francesc de Fuentes, apresentou uma série de detalhes técnicos. Uma coisa importante foi dita: se tem comparado a revitalização do Cais Mauá com o porto de Barcelona, dos Jogos Olímpicos de 1992,  ou com Puerto Madero,  mas, segundo Fuentes, eles não vão simplesmente imitar essas experiências passadas. O Cais Mauá para eles será um novo referente, um novo paradigma, de revitalização de um porto marítimo e pluvial, e na opinião dele, será superior a Puerto Madero e Barcelona. Eu conheço o porto de Barcelona, que atrai 1 milhao de turistas por ano, morei lá 2 anos, e na minha opinião também, o nosso projeto vai ficar mais bonito…

Arquiteto Francesc de Fuentes - b720

Centro Comercial ao lado da Usina do Gasômetro

Falou também nesse almoço, representando o Chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, que foi a Brasília para marcar a data da assinatura do convênio com a Antaq, a secretária-adjunta da  Casa Civil, Mari Peruzzo.

Prefeito Fortunati, Mari Peruzzo, Jaime Lerner, José Paulo Dornelles Cairoli

Muitas pessoas conhecidas do Movimento  Quero Cais estavam presentes no almoço. No centro da foto (desculpem a qualidade, é mais para registro), o Ver. João Carlos Nedel, que sempre que pode tem ajudado o nosso movimento, ao lado de Vanderlei Cappellari, Secretário Municipal de Mobilidade Urbana e Diretor-Presidente da EPTC, e de Urbano Schmitt, Secretário Municipal de de Finanças.

Na foto Ver. João Carlos Nedel (C), ao lado de Vanderlei Cappellari (E) e de Urbano Schmitt, Secretário Municipal de de Finanças (D).

Cumprimentei também, em nome do Movimento  Quero Cais, Edemar Tutikian, que foi apresentado pelo prefeito como chefe da equipe especial para agilizar a tramitação das licenças ao projeto, e com quem conversamos na semana passada; o Superintendente da SPH, Vanderlan de Vasconselos, Rafael Padoin Nenê, da própria Federasul e a jornalista da Zero-Hora, Rosane de Oliveira.

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Movimento Quero Cais e site Porto Imagem tem reunião com Edmar Tutikian sobre a Revitalização do Cais Mauá

Dia 7 de julho, fizemos uma visita ao Edemar Tutikian, coordenador do Gabinete de Assuntos Especiais. Esse gabinete vem se somar à equipe do prefeito Fortunati para fazer a interlocução com as secretarias do município e entidades envolvidas nos grandes projetos para a cidade, dentro do Novo Modelo de Gestão do principio da transversalidade.

Tutikian se dedica na Prefeitura de Porto Alegre especificamente aos projetos especiais, como a implantação do Cais Mauá, as garagens subterrâneas, as usinas de lixo e as centrais de resíduos, além dos assuntos referentes à orla do Guaíba. Nessa função será o principal responsável dentro da prefeitura pela agilização de todas as licenças necessárias ao início das obras e é sem dúvida umas das pessoas que mais conhece todos os detalhes do projeto de Revitalização do Cais Mauá.

Reunião com Edmar Tutikian na Secopa (07/07/2011)

Reunião com Edmar Tutikian na Secopa (07/07/2011)

Foto: da esquerda para a direita: Edemar Tutikian, Filipe Wels, Maria Cristina Niles, Jorge Piqué, Gilberto Simon, Daniel Serafim.

Segundo Tutikian, se o estado conseguir concluir o acerto com a Antaq em julho, é ainda possível que até dezembro de 2011 se possa começar as obras, pelo menos na parte de infra-estrutura, como água e esgoto. O Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) e  o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) serão agilizados, sendo que os procedimentos que cabem ao Consórcio já estão adiantados. A reunião foi muito proveitosa, pois soubemos que há um planejamento do Consórcio, a se confirmar, de que a cidade tenha uma parte pronta já em 2013, para a Copa das Confederações. Basicamente, os armazéns, com a estrutura de lazer, estarão abertos à população para esse evento. Se espera que em 2014, na Copa do Mundo, o Centro Comercial também esteja funcionando. Portanto, a parte mais importante para o recebimento de turistas e da população da cidade estaria praticamente pronta em 2014.

Tutikian reafirmou o empenho da Prefeitura em agilizar os procedimentos para que o início das obras não sofra mais atrasos. Também destacou que o governo do Estado vem demonstrando seu apoio ao projeto, principalmente pela ação da Casa Civil para chegar a um acordo com a Antaq, que se espera será assinado nos próximos dias, liberando a área.

Outras informações são que não somente a sede da SPH no Cais Mauá será preservada, já que o prédio fi tombado, mas que pelo Edital de Licitação uma das responsabilidades exigidas é a construção de uma nova sede, provavelmente no Cais Navegantes, com custo pago pelo Consórcio. Já que a Estação Naval do Corpo de Bombeiros atualmente ocupa parte do Cais Mauá onde será erguida uma das torres, o Consórcio também se compromete a construir uma nova estação em outra área do porto, ao aceitar os termos do edital de licitação:

“Das Obras de Caráter Público:
A Arrendatária deverá se comprometer a:
– Relocalizar no Projeto e custear a construção do conjunto de instalações situadas atualmente no Cais Mauá pertencentes à Corporação de Bombeiros, Anvisa e à SPH (Sede, oficinas, almoxarifado, OGMO) em uma área a ser delimitada, dentro do Porto Operacional.”
EDITAL DA CONCORRÊNCIA Nº 001/2010 – /RS, pág. 60

Prédio sede da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) no Cais Mauá

Ficará por conta do Consórcio também os custos e a construção de um novo acesso viário tanto ao Cais Mauá como ao Cais Navegantes, também conforme as determinações do Edital de Concorrência:
A execução das obras nas áreas públicas, necessárias para a acessibilidade do empreendimento, será de responsabilidade da Arrendatária conforme edital de licitação.”
EDITAL DA CONCORRÊNCIA Nº 001/2010 – /RS, pág. 61

Uma possibilidade estudada no momento é a duplicação da Ramiro Barcelos, com a abertura de um pequeno túnel sob o Trensurb, para acessar tanto a área das torres do Cais Mauá, como o Cais Navegantes:

Ramiro Barcelos, junto ao Porto, como novo acesso viário ao Cais Mauá e ao Cais Navegantes.

Também a “ligação aérea ou em nível, vegetada sobre a Avenida Presidente João Goulart, integrando a Praça Brigadeiro Sampaio ao Cais Mauá”, prevista pela lei municipal que regula os usos do Cais Mauá, será realizada e paga pelo Consórcio, como mais uma contrapartida ao arrendamento da área.

Área verde contínua sobre a av. Presidente João Goular unindo a Praça Brgd. Sampaio ao Cais Mauá.

Segundo Tutikian, embora o munícipio permita a construção no Cais Mauá de torres com até 100m, o Consórcio decidiu, mais por uma questão de visão de melhor integração do projeto ao Centro da cidade, do que de um posto de vista estritamente financeiro, limitar as torres a 70m.

Torres para escritórios e hotel com no máximo 70 metros.

Queríamos agradecer ao Tutikian pela gentileza em nos receber e pela disponibilidade em conversar e dar todas as informações sobre esse importante projeto para Porto Alegre. A reunião durou quase 2 horas e meia, na Secopa (Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo 2014), que também tem várias vezes manifestado, através do secretário João Bosco Vaz, a importância do Cais Mauá não só para a parte turística ca Copa, mas como mais um legado do evento para Porto Alegre e cidades próximas.

Estavam nesta reunião, pelo Movimento Quero Cais, além de mim, a Maria Cristina Niles e o Gilberto Simon, que também representava o site e blog Porto Imagem, junto com Daniel Serafim e Filipe Wels.

O blog Porto Imagem também publicou uma notícia sobre a reunião, onde se pode encontrar outros detalhes.
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Comentário a matéria “A Redescoberta do Centro” (Zero-Hora, 20/02/2011)

A reportagem “A Redescoberta do Centro”, de 3 páginas, em Zero-Hora de Domingo (20/02/2011) revela todas as modificações que estão acontecendo no Centro Histórico de Porto Alegre, como o novo Chalé da Praça XV e o aumento da procura por imóveis na região. Mas fica claro também que a revitalização do Cais Mauá, pela dimensão do empreendimento será o carro-chefe dessa transformação nos próximos anos.

A reportagem tem um enfoque imobiliário em relação ao Centro, sem dúvida, mas é evidente que toda a questão histórica está subentendida pelas freqüentes menções às ações do Projeto Monumenta, que tem este papel de identificar quais os prédios mais importantes do ponto de vista histórico e restaurá-los. Não há dúvida que uma das vantagens de nosso Centro é a quantidade de prédios históricos, alguns restaurados, outros em processo de restauração, mas muitos outros que necessitarão ser restaurados nos próximos anos, como uma forma de Porto Alegre resgatar a sua história e a sua cultura.

A questão imobiliária é a face econômica de uma questão social mais importante, que é a distribuição da população pela cidade. Sem dúvida, o Centro não deixou de ter a sua vida  própria, mesmo nos anos de maior abandono, pessoas moravam e circulavam lá, mas simbolicamente ele estava abandonado. Uma grande parte da população não se importava mais pelo Centro e outra, mais humilde, que era obrigada a ir diariamente, seja por trabalho, ou para se dirigir a outros lugares, havia aceitado que era isso que ela merecia, que era isso que os políticos haviam reservado para eles. Melhorias na cidade, sim, mas somente em área nobres da cidade, como o Moinhos de Vento ou na  área próxima ao Shopping Iguatemi. Para o Centro e seus humildes frequentadores apenas a sujeira, a feiúra dos casarões enegrecidos, a falta de higiene, a marginalidade central, e a insegurança, frequentemente mais imaginada, que real. Porque gastar dinheiro com algo que a elite não apoiava, não visitava, não fazia parte do seu cotidiano? Como a própria reportagem aponta, era claro o preconceito contra a região central, que não daria condições de moradia.

Felizmente nestes últimos anos, apesar dos proeconceitos, a partir de iniciativas públicas da Prefeitura o Centro está se transformando, está ganhando qualidade. É lógico que o aspecto mais facilmente mensurável dessa mudança é a questão imobiliária. Mas a procura por imóveis é apenas um  dos muitos sinais claros da valorização da área central. É na verdade um fenômeno limitado, pois a grande maioria dos frequentadores do Centro no futuro não serão os seus moradores, exclusivamente. Mas sem dúvida eles  serão muito beneficiados pelas mudanças e finalmente toda a população voltará a frequentar o Centro, não apenas por obrigações de trabalho, compras, ou burocráticas, mas pela gastronomia, pelo lazer, ou pela maior oferta de cultura que está prevista no projeto de revitalização do Cais Mauá, tema muito pouco conhecido ainda.

Portanto, atrás de uma matéria que poderia ser interpretada erroneamente como sendo meramente imobiliária, está uma outra atitude em relação a cidade, menos passiva, menos conformada, mais esperançosa de muitas outras mudanças que começarão a ser vistas agora como  também possíveis, especialmente em áreas da cidade que sempre foram descuidadas, pela pouca importância dada a seus humildes habitantes.

A matéria aponta muito bem para a importância do projeto de revitalização do Cais Mauá. Sem dúvida, por sua dimensão esse grande projeto terá um papel catalizador de novas melhorias, não só no Centro Histórico, mas nos bairros vizinhos. Quando  a população percebe um sinal forte de mudança como é a revitalização do Cais responde aumentando a sua capacidade de desejar cada vez mais uma cidade bonita, habitável, socialmente justa, ecológica, alegre, da qual ela possa verdadeiramente se orgulhar, e mostrar aos visitantes.

Sem dúvida o projeto do Cais atraiu muitas polêmicas nos últimos anos. Ainda hoje algumas pessoas, inclusive com boas intenções, tem temores em relação a mudanças no Cais,  especialemnte no que se referre às torres e ao centro comercial. E de certa forma é natural esta reação a qualquer grande mudança. Mas a questão  específica desta revitalização em particular já é discutida desde  2007 (sem contar toda a discussão anterior) e ao longo dos anos foi construído um consenso e a questão parece hoje estar pacificada.

Dois posts meus que discutem as torres e o centro comercial no Cais Mauá:
Um centro comercial a beira do Guaíba é possível e desejável
As torres no Cais Mauá

Sempre haverá críticos,  felizmente!, mas se observarmos as grandes mudanças em conhecidas cidades, sempre houve polêmica e sem ela na verdade não se teria chegado a esse consenso político atual, que se visualiza nas vontades políticas dos dois entes públicos que representam a maioria dos cidadãos envolvidos na questão, a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, tanto  o anterior, como o que iniciou o seu mandato em 2011. Prefeitura e Governo do Estado eleito dão continuamente sinais claros sobre a importância do Cais Mauá para a cidade e para o Rio Grande do Sul. São inúmeras as declarações do Prefeito e do Governador, bem como dos seus secretários., em favor desta revitalização do Cais Mauá. Mas não são  apenas favoráveis a este projeto, aceitando uma realidade de certa forma herdada, mas estão lutando ativamente pela sua realização, procurando soluções para os obstáculos que ainda existem a sua concretização.

Se estes projetos complementares de revitalização do Cais Mauá e do Centro Histórico fossem claramente contrários ao interesse da população, uma mera questão imobiliária,  como às vezes se apresenta o projeto, onde apenas o interesse de uns poucos fvalesse, nenhum governo municipal ou estadual se arriscaria a trabalhar com denodo na sua realização, sob pena de provavelmente não se eleger novamente. Uma das grandes vantagens da democracia é que com o tempo os políticos aprendem que devem procurar realizar o que é o melhor para a maioria da população, e a prefeitura e o governo do Estado estão demonstrando que sabem disso, e que a realização já em 2014 de pelo menos uma grande parte dessas obras será uma conquista que os cidadãos saberão reconhecer.

Não posso afirmar que todos ganharão com a revitalização do Centro e do Cais Mauá, mas não se pode dizer também que são projetos que beneficiarão apenas a alguns poucos. Com certeza a maior parte da população, de todas as classes, será beneficiada com um Centro melhor, e vão querer mais que isso depois. É impossível pensar uma cidade com um belo centro e que apresente ainda uma população desfavorecida, sem escolas de qualidades, sem saúde pública, sem um lugar minimamente confortável para morar, sem ter facilidades de deslocamento para o trabalho, estas são as áreas por excelência de ação pública. Não existe uma escolha entre melhorarmos o Centro ou ampararmos a população. São dois lados da mesma moeda, a grande vantagem é  que o modelo escolhido para a revitalização não implica em grandes investimentos de dinheiro público. E são investimentos de cerca de R$ 500 milhões no Cais, sendo que o governo continua proprietário não só da área, mas receberá toda construção realizada ali, que retomará em 25 anos, tempo irrisório para uma cidade, além de ter o controle sobre o que será feito neste espaço.

Por essas razões a reportagem é um dos grandes sinais de que estamos nos aproximando de um momento de virada para a cidade e que nos próximos anos veremos um crescendo de transformações em Porto Alegre.

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A REDESCOBERTA DO CENTRO

Reportagem de 3 páginas em Zero-Hora de Domingo (20/02/2011) revela todas as modificações que estão acontecendo no Centro Histórico de Porto Alegre, como o novo Chalé da Praça XV e o aumento da procura por imóveis na região. Mas fica claro também que a revitalização do Cais Mauá, pela dimensão do empreendimento será o carro-chefe dessa transformação nos próximos anos.  — Jorge Piqué

Revigorado pelo investimento de milhões de reais em restaurações, o Centro vive um momento de virada Foto:Jefferson Botega / Agencia RBS

Centro de Porto Alegre volta a ser atraente para morar e empreender

Na escolha do apartamento com vista para o Delta do Jacuí, Ismael Goli, apostou em atrações como a proximidade com o Mercado Público.

Depois de um tenebroso mergulho no abandono e na degradação, o bairro que serviu de farol para os gaúchos ao longo dos séculos volta a ter luz. Revigorado pelo investimento de milhões de reais em restaurações e pela retirada do comércio informal que atravancava suas ruas, o Centro vive um momento de virada. Um dos sinais mais festejados é a chegada de uma nova leva de moradores, que promete reverter a sangria populacional responsável pela debandada de 15 mil pessoas, um terço do total, entre 1980 e 2005.

O notável é que a motivação dos recém-chegados é a mesma dos que procuravam um endereço na região em seu período áureo, os anos 40 e 50 do século passado, quando o bairro era sinônimo de elegância. A geração que desembarca agora escolhe o Centro porque ele se tornou glamouroso mais uma vez. Em grande parte, trata-se de um movimento de jovens antenados, com profissões ligadas à criação. É uma turma formada por designers, publicitários, arquitetos e artistas que reformam apartamentos com décadas de história para conferir-lhes um ar contemporâneo. São as águas passadas do Centro movendo novos moinhos.

Suzana Englert – Relações Públicas que está se mudando com o marido para um apartamentoi de 220 metros quadrados na Praça Dom Feliciano: As mudanças no Centro serviram de incentivo. Apostamos na revitalização.

 

Moradia é lastro de recuperação

Um prédio da Avenida Siqueira Campos recebeu uma dezena de moradores com esse perfil. Os publicitários Ismael Goli, 34 anos, e Mariana Balestra, 30 anos, foram dos primeiros a chegar, cinco anos atrás. O casal trocou o Menino Deus por um apartamento de 220 metros quadrados com vista para as ilhas do Delta do Jacuí em praticamente todas as janelas.

– Sou gourmet, e o Mercado Público é onde acho ingredientes que não encontro em outro lugar – elogia Goli.

CENTRO RENOVADO

Galeria Chaves: Com o interior renovado, a Galeria crescerá para baixo.

Cinco anos atrás, o Centro era um bairro povoado de edifícios vazios do segundo andar para cima. Agora, cresce até para baixo. Com o reflorescimento da região, o grupo que comprou e restaurou a tradicional Galeria Chaves passou os últimos meses escavando um novo pavimento no subsolo, em plena Rua da Praia. O andar subterrâneo será aberto ao público em maio, com 17 lojas e um restaurante.

 

A expansão da Galeria Chaves é um entre vários empreendimentos que passaram a pipocar na região. As novidades incluem lojas, escolas, cafés, restaurantes e um recém-ampliado Chalé da Praça XV. O cenário destoa do que foi retratado no começo de 2006 pela série de reportagens A Encruzilhada do Centro, de Zero Hora. Em lugar dos canteiros de obras de hoje, o que ZH encontrou na ocasião foram placas de Vende-se ou Aluga-se por todos os lados. Detentor da maior concentração de espigões do Estado, o Centro havia se tornado um bairro térreo, com andares e edifícios inteiros às moscas.

Um deles era o antigo edifício da Companhia União de Seguros, um colosso de 16 pavimentos e 13 mil metros quadrados. Sem uso, o prédio permaneceu por longo período à venda. Adquirido por um grupo de investidores, começa a renascer. O térreo, que já havia ganho uma agência bancária, acaba de receber uma lanchonete.

Dados do Sindicato da Habitação do Estado (Secovi) fornecem um retrato da transformação em curso. Em fevereiro de 2006, havia 1.115 imóveis disponíveis para locação, um em cada cinco da cidade. Em dezembro passado, a oferta havia caído pela metade. Eram 608 imóveis, 13% do total de Porto Alegre.

Responsável pelo processo de recuperação e comercialização da Galeria Chaves e por um banco de pontos comerciais, Rogério Wagner é testemunha privilegiada da revalorização do Centro. Com 30 anos de atuação no bairro, garante que começaram a faltar espaços:

– Após a saída dos camelôs e com os investimentos na recuperação, a procura cresceu 30%.

O futuro em construção

As melhorias são palpáveis, mas o centro de Porto Alegre ainda está longe dos seus dias de maior esplendor. Urbanistas, profissionais envolvidos no processo de recuperação e representantes do mercado imobiliário acreditam que, sem a conversão do Cais do Porto em um polo de lazer e turismo, a transformação não estará completa.

– Não é o chalé da Praça XV que vai revitalizar o Centro. Não tem como. O Centro vai mudar mesmo quando o porto for revitalizado – afirma Gilberto Cabeda, vice-presidente de comercialização de imóveis do Sindicato da Habitação do Estado (Secovi).

Há razões para otimismo e para cautela. O dado animador é que já existe um projeto pronto para o cais e um consórcio habilitado por licitação para executá-lo. Os temores, por seu turno, envolvem décadas de planos frustrados e um imbróglio jurídico que impediu a assinatura do contrato ainda no governo passado e empurrou a solução para a nova gestão no Piratini.

Cais deve ser o grande elemento de vitalização

O projeto, elaborado por um grupo de empresas de Brasil e Espanha, gerou entusiasmo entre os gaúchos. Divididos em três setores, os dois quilômetros do cais seriam transformados em um centro de compras, cultura, lazer e negócios, devolvendo à vida àquela região. Perto da Usina do Gasômetro, o porto seria integrado à cidade por meio de uma área verde com prolongamento até a Praça Brigadeiro Sampaio, passando por cima da Avenida Presidente João Goulart.

– O cais será o grande elemento de vitalização, o grande diferencial. Estou muitíssimo otimista, porque nunca estivemos tão perto – acredita a coordenadora do Projeto Monumenta, Briane Bicca.

Outra intervenção decisiva que demora a sair do papel é oxigenação do Centro por meio da redução no número de ônibus em circulação. Hoje são 33 mil viagens diárias para a região. A prefeitura vem acenando desde 2007 com os Portais da Cidade, um projeto que promoveria redução do número de coletivos no Centro sem reduzir o número de passageiros e eliminando as rodoviárias a céu aberto.

Segundo Izabel Matte, coordenadora do Gabinete de Planejamento Estratégico da prefeitura, estão sendo tomadas neste mês decisões de cronograma que vão permitir finalizar o processo de financiamento da obra.

Fonte: Zero Hora Impressa

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